Ativista das tecnologias de código aberto e das sociedades digitais livres, Gilberto Gil visitou nesta terça-feira, dia 10, a instalação imersiva Gil Futurível, na Bienal de Arte Digital, em cartaz no nosso Centro Cultural até o dia 22 de janeiro.
Ao chegar, Gil relembrou outros dois momentos em que esteve no espaço: em debate sobre cibercultura com Pierre Levy, em 2011, e em palestra de Gilles Lipovetsky, em 2012.
Com a missão de realizar a profecia escrita por Gil na música Futurível, os jovens idealizadores Floriano Varejão e Clelio de Paula criaram um modelo 3D do artista que permite o público passear por sua história musical e se encontrar frente a frente com o grande gênio da música brasileira.
“É um prazer extraordinário ser cobaia em novas experiências artísticas. Experiências que já estavam previstas na minha própria obra. Sou um autor completamente encaixado nessa perspectiva futurível, dos futuros possíveis, dos futuros desejáveis”, disse Gil.
Gil vivenciou a experiência de se reconhecer “transmutado em energia” e disse que o projeto é um sonho:
“Isso são os esboços da imortalidade… A possibilidade de permanecer para o futuro. É tudo que eu sonhava”, declarou.
Após a experiência virtual, Gil resgatou o momento em que escreveu a música Futurível durante a ditadura militar:
“Preso como eu estava, eu tinha que soltar a imaginação. Eu tinha que usar as capacidades imaginativas que me livrassem daquela prisão. A letra de Futurível dá conta desses dois aspectos. Eu queria sair dali com um corpo mais solto e mais complexo de acordo com as expectativas do novo mundo que a tecnologia propicia”.
Sobre o Oi Futuro, Gil exaltou a importância da preservação da cultura brasileira e da exploração de novas plataformas digitais:
“É uma obrigação de um instituto que traz futuro na sua denominação esse aspecto de atenção à cultura e à possibilidade de permanência dessa cultura em varios meios, nos vários meios digitais”, disse o artista.