Uma viagem no tempo para conhecer a infância e as vivências de um dos mais importantes homens da história recente. Esta é a proposta do musical infantil “Menino Mandela”, que estreia dia 16 de março no Teatro Futuros. Com direção artística e idealização de Arlindo Lopes, e realização da Pássaro Azul Produções Culturais, a peça fica em cartaz até o dia 11 de abril, com apresentações sempre aos sábados e domingos, às 16h. Excepcionalmente nos dias 16 e 17 de março, haverá sessão também às 18h. Os ingressos estão disponíveis AQUI.
Com poesia e leveza, canções originais, teatro de sombras, bonecos e danças africanas, o espetáculo imagina um encontro entre o Mandela criança e sua neta Zoe para apresentar ao público o menino Rolihlahla (posteriormente rebatizado Nelson) numa das fases mais felizes de sua vida. Na trama, Zoe precisa fazer um trabalho de escola sobre seu avô e contar como foi sua infância na aldeia sul-africana Qunu. Conversando com ele e revendo suas memórias, uma “fenda no espaço-tempo” transporta Zoe para 1926, quando ela encontra seu avô ainda criança se desdobrando para aproveitar ao máximo a vida entre brincadeiras, obrigações e o aprendizado com os anciões de sua tribo. Às voltas com um mundo repleto de hábitos e saberes novos, o menino vai enfrentar a perda precoce do pai e a despedida da mãe, que precisa entregá-lo aos cuidados de seu tutor, o Rei Jongintaba. A partir daí, o pequeno Nelson terá que desbravar um mundo desconhecido e pautado pela desigualdade racial.
“Nelson Mandela sempre foi uma das pessoas mais inspiradoras e potentes que passou por essa nossa existência. Logo após a sua morte, vi uma explosão de publicações que retratavam a sua jornada, e me chamaram atenção as várias versões de livros infantojuvenis que retratavam sua infância em Qunu. O próprio Mandela declarou diversas vezes que em sua aldeia viveu os dias mais doces e felizes de sua existência. Me debrucei a ler esses livros e, claro, me encantei por sua autobiografia. Para mim, o Teatro Infantil tem papel fundamental na formação de crianças que se tornarão adultos mais conscientes de nossa diversidade e pluralidade social”, explica o diretor Arlindo Lopes.
O diretor Arlindo Lopes mergulha mais uma vez na história e no legado dos povos pretos depois de seu sucesso anterior, ‘Ombela – A Origem das Chuvas’, do angolano Ondjaki, aclamado pela crítica e premiado em nove categorias do Prêmio CBTIJ de Teatro para Infância e Juventude. Na concepção do diretor, a menina Zoe, ao testemunhar a infância do avô e se encontrar com sua ancestralidade, dá início às suas “escrevivências”, escrita inspirada no conceito cunhado pela escritora Conceição Evaristo: “Escrevivência – escrita que nasce do cotidiano, das lembranças, da experiência de vida da própria autora e do seu povo”.
“Para nós, o teatro infantil serve à experimentação, é o momento de descobertas de novas ideias e de aprendizado sobre grandes histórias. Nossa missão é, por meio da arte, estimular o olhar crítico e construtivo de todos. Com “Menino Mandela”, o Futuros – Arte e Tecnologia recebe em seu teatro um espetáculo que proporciona ao público, aos adultos, jovens e crianças, uma grande aventura que também reflete sobre temas de extrema importância nos dias de hoje, em especial sobre a desigualdade racial’’, destaca o gerente de cultura do instituto Oi Futuro, Victor D’Almeida.
SERVIÇO
Temporada: 16 de março a 14 de abril
Horários: sábados e domingos, às 16h
Local: Teatro Futuros: Dois de Dezembro, 63, 7o nível do Futuros – Arte e Tecnologia – Flamengo/ RJ
Ingressos: R$40 e R$20 (meia) – não há bilheteria física – a validação dos ingressos é feita a partir de meia hora antes do espetáculo no térreo. Vendas online em www.sympla.com.br
Duração: 60 min
Gênero: musical infantil
Classificação indicativa: livre, e recomendada para a partir de 03 anos
Temporada: até 14 de abril
FICHA TÉCNICA
O espetáculo tem patrocínio da Oi e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e apoio cultural do Oi Futuro.
Texto – Ricardo Gomes e Mariana Jaspe
Direção Artística e Idealização – Arlindo Lopes
Direção Musical, Arranjos e Música Original – Wladimir Pinheiro
Coreografias e Preparação Corporal – Fernanda Dias
Assistência de Direção e Preparação em Yoga – Vanessa Pascale
Elenco / Personagem=
Abraão Kimberley / Rolihlahla, Mandela Menino
Sara Hana / Zoe, neta de Mandela
Wladimir Pinheiro / Nkosi Gadia (pai de Mandela), Rei Jongintaba e Mandela adulto
Tati Christine / Noseki Fanny, mãe de Mandela
Vanessa Pascale / Professora Mdingane, Vó Tituba e Reitor
Musicistas – Flávia Chagas (violoncelista) e Geiza Carvalho (percussionista), Wladimir Pinheiro (piano) e Abraão Kimberley (trompete)
Figurino – Tereza Nabuco
Cenário – Mauro Vicente Ferreira
Iluminação – Ana Luzia Molinari de Simoni
Bonecos – Dante
Visagista – Joana Seibel
Design de Som – Lucas Campello
Design Gráfico – Gilberto Filho
Trancista – Bruna Santanna
Fotografias – Renato Mangolin
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
Direção de Produção – Arlindo Lopes
Coordenação de Produção – Carol Piccoli
Produção Executiva – Carlotta Romanelli e Gilberto Filho
Realização – Pássaro Azul Produções Culturais
A MONTAGEM
O espetáculo conta com direção musical, arranjos e música original de Wladimir Pinheiro, coreografias e preparação corporal da especialista em danças africanas pela Ecole dês Sables (Senegal) Fernanda Dias e assistência de direção e preparação em Yoga de Vanessa Pascale. As canções do espetáculo, embaladas pela sonoridade musical da África do Sul, são executadas pela violoncelista Flávia Chagas, a percussionista Geiza Carvalho, o pianista Wladimir Pinheiro e o trompetista Abraão Kimberley, estes dois últimos também atores da montagem.
O artista visual Dante (criador, na novela “Renascer”, do ‘cramulhãozinho’ de José Inocêncio) criou, especialmente para o espetáculo, bonecos de tamanho natural para representar Nelson Mandela idoso, a avó de Mandela e um rebanho de ovelhas, uma vez que Mandela foi também pastor na infância.
Os figurinos de Tereza Nabuco, premiada por seu trabalho em ‘Ombela – A Origem das Chuvas’, serão todos em preto e branco, em contraponto ao cenário de Mauro Vicente Ferreira, que trará as raízes da árvore Baobá e os tons terrosos que remetem ao ambiente da aldeia. A iluminação de Ana Luzia Molinari de Simoni destaca o contraste com as pinturas do cenário em tinta Corion, que brilham no escuro, e também dá conta da técnica do Teatro de Sombras. O visagismo de Joana Seibel, o design de som de Lucas Campello e o design gráfico de Gilberto Filho completam a ficha criativa.
ARLINDO LOPES – diretor
Formado pela CAL, estreou no espetáculo ‘Um Homem Chamado Shakespeare’, adaptado e dirigido por Barbara Heliodora. Atuou nas peças ‘Transpotting’, ‘Laranja Mecânica’, ‘Marat-Sade’, ‘Alice Através do Espelho’, ‘Academia do Coração’, ‘Cauby! Cauby!’ e ‘O Jardim Secreto’.
Produziu e atuou no monólogo ‘Leonilson, Todos os Rios Levam a Sua Boca’, no musical A Ver Estrelas, Prêmio Zilka Sallaberry de Melhor Direção, e idealizou e protagonizou, ao lado de Glória Menezes, a montagem de ‘Ensina-me a Viver’, recebendo o Prêmio Arte Qualidade Brasil de Melhor Ator Drama, Melhor Espetáculo Drama e Melhor Produção em 2008. Em 2015, estreou como diretor e autor no musical infantil ‘As Aventuras do Menino Iogue’ e recebeu os prêmios Botequim Cultural de Melhor Direção e Melhor Adaptação do Prêmio CBTJI de Teatro para Crianças e Jovens. Sua segunda direção foi o musical infantil ‘Ombela – A Origem das Chuvas’, vencedor de 9 categorias no Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças de 2019.
WLADIMIR PINHEIRO – diretor musical, arranjos e música original
Vencedor do Prêmio Shell 2020 na categoria Melhor Música, Wladimir Pinheiro ingressou no meio teatral em 2002 no Cabaré Filosófico de Domingos Oliveira. Cantor, ator, músico e compositor, esteve em cena sob direção de nomes como Paulo, Sérgio Brito, Aderbal Freire Filho, Charles Moeller e Claudio Botelho, Gustavo Gasparani e João Fonseca, entre outros. Atua como diretor musical, arranjador e compositor em espetáculos de variados gêneros, como o recém-premiado espetáculo ‘As Comadres’ (dirigido por Ariane Mnouchkine do Théâtre du Soleil, Paris), e ‘Lapinha’. Trabalhou como produtor musical na novela ‘Gênesis’, da TV Record. Atualmente indicado aos prêmios Shell e Cesgranrio na categoria Melhor Música, por ‘Vozes Negras – a força do canto feminino’.
RICARDO GOMES – autor
Filósofo, autor e montador. No teatro, é co-autor da peça infantil ‘Ombela – A Origem das Chuvas’. Publicou artigos nas Revistas A (UFRJ), Inquietude (UFG) e Lugar Comum, no site Uninomade e no livro ‘Amanhã Vai Ser Maior’, lançado pela editora Analumbre. No cinema, montou e corroterizou os documentários ‘Genocídios e Movimentos’, premiado no Festival Panorama de Cinema, ‘Contagem Regressiva – Mobilidade Urbana’, selecionado para o Festival de Brasília, e ‘Quem é essa mulher?’, sobre a primeira médica negra do Brasil. É também montador dos curtas-metragens ‘CARNE’, de 2018, eleito melhor filme do Festival de Favera 2019, e ‘DEIXA’, lançado em 2023, vencedor do Kikito de Melhor Direção no Festival de Gramado, Prêmio Especial do Juri do Festival de Vitória e o Prêmio Especial do Juri do Festival de Havana, em Cuba.
MARIANA JASPE – autora
Diretora e roteirista. Especialista em Cinema, Televisão e Mídias Interativas pela Universidad Rey Juan Carlos, de Madrid, e Direção de Cinema. Roteirista e diretora da série documental ‘Flordelis: Questiona ou Adora’ e roteirista da série ‘Resistência Negra’, ambos do Globoplay. Fez sua estreia no cinema com o curta-metragem ‘CARNE’, lançado em 2018 e selecionado para mais de 30 festivais ao redor do mundo. Em 2023, lançou ‘DEIXA’, protagonizado por Zezé Motta, vencedor do Kikito de Melhor Direção no Festival de Gramado e o Prêmio Especial do Juri do Festival de Havana, em Cuba. Escreveu e dirigiu o documentário ‘Quem é essa mulher?’, sobre a primeira médica negra do Brasil, e colaborou com Anna Muylaert no roteiro do filme ‘A Melhor Mãe do Mundo’, ainda inédito. Foi supervisora de roteiro do podcast PROJETO QUERINO, sobre a história do Brasil pelo ponto de vista negro, vencedor do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog em 2023. No teatro, é co-autora da peça infantil ‘Ombela – A Origem das Chuvas’ e autora do espetáculo ‘Trinta e Dois, sobre tráfico de pessoas’, cujo livro homônimo foi lançado em 2020.
PÁSSARO AZUL PRODUÇÕES CULTURAIS – realização
Criada em 2009, Pássaro Azul Produções é uma produtora cultural que realiza projetos voltados a mensagens de transformação e inspiração para todas as idades e pessoas. A finalidade é trazer ao foco central questões sociais aatravés de histórias plurais, que abordem diversidade, representatividade e educação como forma de contribuição na abertura de caminhos e democratização de acesso à cultura. Tem, entre suas principais realizações os espetáculos ‘Ensina-me a Viver’, (vencedor dos Prêmios APTR de Melhor Produção e 4 categorias do Prêmio Arte Qualidade Brasil); os musicais infantojuvenis ‘A Ver Estrelas’, direção de João Falcão (vencedor do Prêmio Zilka Sallaberry de Melhor Direção); ‘As Aventuras do Menino Iogue’ (Prêmios Botequim Cultural de Melhor Direção, Melhor Espetáculo e Melhor Adaptação, além de 11 categorias do Prêmio CBTIJ); ‘Ombela – A Origem das Chuvas’ (vencedor de 9 categorias do Prêmio CBTIJ); o monólogo ‘Leonilson, Todos Os Rios Levam à Sua Boca’, a adaptação audiovisual para o texto ‘O Coração Normal’, o podcast ‘Até Onde Vai Sua Coragem’, o documentário ‘Escolhas – Um DocMúsica’ e o curta-metragem ‘Independentes’, de Carla Faour.